"Mentira e traição; as duas andam sempre aliadas! Trair alguém de quem se gosta, é matar à partida o princípio que devia ser sagrado, que dá pelo nome de amor. E quando se acredita que o amor existe, não há lugar para a traição. A traição é o primeiro e derradeiro sinal de que o amor está a morrer."
Estava justamente a divagar e a pensar que o melhor seria eu nunca mais me apaixonar e nunca mais deixar ninguém se apaixonar por mim, quando recebi um postal com o texto que transcrevo abaixo.
(Sr. Pan, se lesses o meu blog, este texto era, decididamente, dedicado a ti...)
A maior solidão é a do ser que não ama. A maior solidão é a dor do ser que se ausenta, que se defende, que se fecha, que se recusa a participar da vida humana.
A maior solidão é a do homem encerrado em si mesmo, no absoluto de si mesmo, o que não dá a quem pede o que ele pode dar de amor, de amizade, de socorro.
O maior solitário é o que tem medo de amar, o que tem medo de ferir e ferir-se, o ser casto da mulher, do amigo, do povo, do mundo. Esse queima como uma lâmpada triste, cujo reflexo entristece também tudo em torno. Ele é a angústia do mundo que o reflete. Ele é o que se recusa às verdadeiras fontes de emoção, as que são o patrimônio de todos, e, encerrado em seu duro privilégio, semeia pedras do alto de sua fria e desolada torre.